A Vacinação de crianças é obrigatória e está amparada no artigo 14, §1º, do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) que determina a vacinação das crianças nos casos recomendados pelas autoridades sanitárias.
O serviço público de imunização é um instrumento essencial para a erradicação ou redução de doenças que possam atingir menores de 12 anos. Com isso, a lei estabelece, dentro da esfera de deveres estatais, sociais e familiares, a obrigação de vacinação das crianças.
Entretanto, a desinformação e a falsa sensação de que não corremos mais riscos, faz com que pais e responsáveis não deem a devida importância à vacinação de crianças e ignorem a necessidade de obedecer aos calendários e campanhas de imunização.
Em função disso, doenças que já estavam erradicadas ou sob controle voltaram a fazer vítimas, o que acendeu alertas entre cientistas, médicos, especialistas em imunologia, epidemiologia e outros profissionais da área de saúde pública e privada.
Se não quisermos que doenças atuais avancem ou que as antigas retornem ao nosso dia-a-dia, é preciso alertar a população e adotar medidas que revertam esse quadro.
O Brasil oferece atualmente um total de 18 imunizantes e possui um calendário de vacinação que alcança crianças e adolescentes de até 15 anos de idade. Apesar disso, o país tem enfrentado uma realidade que tem causado apreensão e preocupação, que é a baixa adesão à vacinação de crianças.
Para tentar solucionar este problema e minimizar seus efeitos, o Ministério da Saúde prorrogou a Campanha Nacional de Vacinação até o dia 30 de setembro.
O objetivo mais relevante é incentivar a vacinação de crianças e adolescentes e reverter os baixos índices apresentados pelos sistema de registros destas ações.
Esta prorrogação tem como foco principal alcançar a meta vacinal contra a poliomielite, que é de 95% das 14,3 milhões de crianças brasileiras de até 5 anos de idade, mas que até agora alcançou apenas 34% deste público.
A pólio, ou paralisia infantil, é uma doença contagiosa que em seus quadros mais graves pode provocar a paralisação dos membros inferiores.
Por isso, o país continua investindo no Programa Nacional de Imunizações , para informar e orientar sobre a importância dos imunizantes e evitar que essa doença, erradicada em 1994, volte ao cenário nacional.
A redução da aplicação da Tríplice Viral, que protege também contra a caxumba e a rubéola, trouxe de volta outra doença, o sarampo, cujo vírus havia sido eliminado em 2016 e voltou a circular livremente pelo país. Já há registros de 822 novos casos espalhados em diversos estados e 26 mortes de crianças.
O Brasil conta com um dos melhores programas vacinais do mundo, mas nossa situação atual é preocupante.
Existem diversos fatores que levaram a índices tão baixos, tais como:
No entanto, segundo especialistas, os principais fatores têm sido os movimentos anti-vacina, que questionam a eficácia e a necessidade dos imunizantes, e a falsa sensação de segurança de que não corremos mais riscos. Isso leva as pessoas a acreditarem que a vacinação de crianças não é tão necessária.
Além disso, a preocupação e a vacinação maciça contra COVID-19 fez com que as pessoas relaxassem um pouco nos cuidados com o calendário dos outros imunizantes. Segundo dados, nenhum estado brasileiro conseguiu cumprir a meta vacinal contra o sarampo em 2021, que é 95% das crianças na faixa etária indicada para a imunização.
Assim como em todo o país, a vacinação de crianças em Petrópolis tem encontrado diversos obstáculos. Segundo dados das organizações de saúde responsáveis pelas campanhas vacinais da cidade, apenas 15% do público-alvo havia recebido o imunizante contra a poliomielite até o último dia 31 de julho.
O grande risco deste relaxamento na vacinação de crianças, tanto em Petrópolis quanto em todo o país, é o retorno de doenças imuno-preveníveis que já foram erradicadas.
No primeiro semestre deste ano, a prefeitura de Petrópolis, através da equipe da Divisão de Imunização e o Departamento de Atenção Básica da Secretaria de Saúde, organizou a “Vacinação Itinerante” com foco em crianças entre 2 meses e 7 anos de idade, mas com possibilidade de vacinação de adultos.
Para ampliar a cobertura vacinal, a prefeitura realizou também o Dia D de Vacinação de Crianças , no dia 03 de setembro . Foram disponibilizadas salas e postos móveis para imunizar crianças de até cinco anos contra poliomielite e garantir a multivacinação de crianças e adolescentes de 0 a 14 anos com caderneta de vacinação incompleta.
Segundo pesquisadores e cientistas, a pandemia da COVID-19 ainda não foi erradicada e tende a se tornar uma endemia, ou seja, o vírus continuará circulando, mas com menos força e causando surtos periódicos.
Para nos proteger, proteger nossas crianças e conviver com ela de forma segura, é preciso tomar alguns cuidados.
A aplicação das primeiras duas doses da vacina contra a COVID-19 em 83% da população é considerada uma das responsáveis pela diminuição das contaminações e propagação do vírus.
Por isso, é fundamental que pais e responsáveis fiquem atentos às notícias e imunizem seus filhos, conforme orientam os calendários vacinais e as vacinas disponíveis.
Apesar do uso estar suspenso, por enquanto, mesmo em locais fechados, fique atento às orientações dos órgãos sanitários sobre o assunto. Se possível, faça uso da mesma em locais e situações de risco.
Apesar do isolamento ter sido suspenso, mantenha o distanciamento social caso você ou pessoas de seu convívio apresentem sintomas da COVID-19. Sempre que possível, evite locais com aglomeração de pessoas.
Este é um hábito que deve fazer parte de nossas vidas, não apenas em tempos de pandemia. A higienização das mãos é uma das formas mais eficazes de se prevenir contra diversas doenças transmissíveis e infecções.
Preocupadas com a saúde e qualidade de vida infantil, a Fiocruz e a UNIFASE desenvolveram dois programas: o “Observa Infância ”, uma iniciativa de divulgação científica voltada para saúde de crianças com até 5 anos de idade, e o Vax*Sim, que já havia sido pensado e desenvolvido antes mesmo da pandemia, em função da queda da cobertura vacinal.
Ambos estão sob a coordenação de Patrícia Boccolini , professora da UNIFASE e pesquisadora do Núcleo de Informação, Políticas Públicas e Inclusão Social (NIPPIS – UNIFASE/Fiocruz).
Para saber mais sobre eles e sobre porque a baixa adesão à vacinação de crianças preocupa especialistas, assista a este vídeo da UNIFASE.
Unifase : A sua faculdade em Petrópolis
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