Por Helvécio Savedra Serpa, professor da UNIFASE
Enquanto psicólogo clínico e professor universitário, profissões que exerço com muito orgulho e dedicação, sempre acreditei que antes de abordar uma situação, ministrar uma aula e/ou tratar um paciente, o melhor a fazer é contextualizar . Sendo assim, antes de falar sobre psicoterapia on-line, gostaria de contextualizar alguns fatos e reflexões que considero importantes.
Em março de 2020, fomos invadidos pela pandemia COVID-19. Mas, o que é pandemia? Qual a diferença entre epidemia, endemia e pandemia? Assuntos que antes sequer pensávamos, de repente passaram a ser o tema do momento nas buscas pelo seu significado e entendimento. Começamos a estudar e tentar entender os impactos dessa pandemia na nossa vida e o que deveríamos fazer neste momento onde tudo estava diferente. As respostas foram as mais diversas e complexas. Era preciso mudar tudo. Sim, pandemia é definida quando uma doença infecciosa se propaga e atinge milhares de pessoas no mundo. Não escolhe lugar e/ou pessoas, não é discriminadora. A pandemia atinge a todos.
Em menos de uma semana tudo mudou. Lojas e empresas tiveram que fechar as portas e os funcionários passaram a trabalhar em esquema de “home Office”, consultórios passaram a funcionar seguindo regras do Ministério da Saúde e passamos a viver o isolamento social, a usar álcool em gel, álcool 70%, deixar sapatos na entrada de casa, proteger familiares mais idosos, evitando contato físico e o mais complexo, todos passamos a usar a máscara.
Diante desses novos fatos, o que fazer? Como exercer minha atividade profissional de psicólogo clínico diante dessa pandemia? Lembrei-me de dois pensamentos. O primeiro de Abreu e Vasques (2006) que diz: “A psicoterapia pode ser compreendida como sendo o lugar onde se busca aceitação, compreensão e ajuda para a solução dos problemas humanos” e o segundo de Sigmund Freud que afirma: “Onde há transferência, há vínculo e onde há vínculo, há relação”. Então, por que não tentar exercer minha prática clínica, agora de outra maneira, que não no presencial?
O primeiro passo foi me cadastrar no E-PSI no site do Conselho Federal de Psicologia. Então, segui reativando minha conta no skype esquecida há anos, separei um número de celular específico para os atendimentos por chamada de vídeo pelo WhatsApp, aumentei meu plano de internet, preparei um espaço específico no meu apartamento para os atendimentos on-line, com toda ética necessária e com tudo pronto, me comuniquei pessoalmente com todos os pacientes para explicar a situação.
Três meses se passaram e tenho a aceitação de 70% dos pacientes no atendimento on-line. Muitos afirmam que não querem voltar ao atendimento presencial. Os 30% que não aderiram à terapia on-line mantenho conversas quinzenais por telefone, cumprindo assim o juramento feito há 30 anos: “Eu me comprometo a colocar minha profissão a serviço da sociedade, pautando meu trabalho nos princípios da qualidade técnica e do rigor ético”.
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