Em 2016, o Brasil comemorava um grande marco para a história da saúde do país: a erradicação do Sarampo. Com um certificado da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), foi declarado que esta era a primeira região das Américas a se ver livre dessa doença em todo o mundo.
Porém, o que parecia ser uma conquista, menos de três anos depois transformou-se em uma derrota. O Brasil passa por uma epidemia de Sarampo! São Paulo é o estado mais atingido e já registrou 13 óbitos causados pela doença e mais de 7.591 casos confirmados.
De acordo com o Ministério da Saúde, os outros estados mais atingidos são Rio de Janeiro, Pernambuco e Minas Gerais, mas há casos espalhados por todo o País. Devido ao surto de Sarampo, o Brasil perdeu o certificado da Opas.
O Sarampo é uma virose (ou seja, causada por um vírus), infecciosa, altamente contagiosa e que pode ser contraída durante qualquer idade da vida.
“Não é uma doença de pele como muitos acreditam, por ouvir dizer, diante das manchas vermelhas entre os sintomas”, explica Paulo Cesar Guimarães, médico pediatra e infectologista, professor e diretor da Faculdade de Medicina de Petrópolis.
A disseminação do vírus é feita de forma direta, ou seja, de pessoa para pessoa, por meio de secreções expelidas pela pessoa contaminada como, por exemplo, pela tosse, espirro, respiração e também pela fala.
O Sarampo possui sintomas parecidos com os de uma doença respiratória. Os primeiros sinais de contaminação a aparecer são febre alta (acima de 38,5º), com duração de vários dias, tosse contínua, irritação nos olhos, mal-estar intenso e nariz entupido ou escorrendo secreção, assim como manchas brancas dentro da bochecha.
Alguns dias após os primeiros sintomas, ainda é possível que apareçam manchas vermelhas na pele, surgindo na cabeça (face e atrás das orelhas) e se espalhando para o resto do corpo.
Lembrando que os sintomas surgem de 10 a 12 dias após o primeiro contato com o vírus.
Não existe um tratamento específico para a cura do Sarampo. Essa doença é tratada por meio da contenção dos sintomas manifestados pelo paciente.
Por isso, o foco do tratamento é conter o quadro de febre, aliviar possíveis dores, assim como tratar qualquer complicação que possa surgir.
Por exemplo, caso o paciente tenha “apenas” febre, manchas e alguns sintomas mais simples, a indicação é manter uma boa hidratação e alimentação, além de tentar diminuir a alta temperatura do corpo. Já quando a doença passa para um estágio mais avançado, com diarréia ou pneumonia, o tratamento será focado em lidar com as doenças que se desenvolveram por meio do Sarampo.
O que é fundamental no tratamento é procurar sempre o serviço de saúde e seguir todas as recomendações do médico!
Apesar de não ter tratamento, a melhor forma de evitar a contaminação e a epidemia da doença é por meio da vacinação. A vacina responsável pela imunização da doença é a Tríplice Viral, também responsável por proteger contra a caxumba e a rubéola. Essas doses prometem a eficácia em 97% dos casos.
Durante toda a vida, recomenda-se receber duas doses da vacina, seguindo a divisão:
Anteriormente, os surtos de Sarampo haviam sido contidos devido à grande campanha de vacinação em todo o Brasil. Entretanto, além da distribuição da vacina, um fator muito importante contribuiu para essa conquista: a conscientização da importância da vacinação.
“ A volta do sarampo serve para nos mostrar o quanto o ser humano é complexo e contraditório. A mesma pessoa capaz de se conectar com o mundo a todo minuto volta à treva das cavernas com medo de vacinas”, critica o médico pediatra e infectologista.
Curiosidade: Você sabia que o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece um dos melhores programas de imunizações do mundo? O Programa Nacional de Imunização (PNI) oferece gratuitamente 27 vacinas a toda a população brasileira, independente da faixa etária.
Em 2018, o número de casos de Sarampo no Brasil foi de 10.330 e 2019 já está próximo de chegar a esse número, porém com muito mais mortes registradas (no ano passado, 12 pessoas faleceram devido à doença).
Para diminuir os casos no País, o Ministério da Saúde está realizando uma campanha nacional de vacinação contra o Sarampo. Mas, para essa medida funcionar, é preciso que as pessoas estejam em alerta sobre a importância da vacina.
“Vacinar ou não vacinar deixa de ser um dilema quando a vida do outro também está em risco. Sarampo se espalha rápido. É irresponsabilidade mandar uma criança para a escola sem a proteção devida ou ir trabalhar podendo passar o vírus nos transportes coletivos e para os colegas. Isso só para utilizar o exemplo da doença infecciosa e contagiosa que aflige o mundo, se espalhou por São Paulo e avança em outros estados”, reforça o prof. Paulo Cesar.
Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil não registrava casos de epidemia de Sarampo desde o ano 2000. Entre 2013 e 2015 aconteceram duas crises, no Ceará e em Pernambuco, de casos importados, ou seja, a doença veio de fora do País. Porém, em 2018, o Sarampo voltou na região Norte (atingindo os estados do Amazonas, Roraima e Pará) e em São Paulo, trazida por pessoas que foram infectadas em Malta, Venezuela, Noruega e Israel.
“O vírus do sarampo pode levar a uma encefalite, que é infecção e inflamação no encéfalo, e, também, provocar um processo pneumônico grave, além de problemas sistêmicos preocupantes”, adverte o diretor da Faculdade de Medicina de Petrópolis. Além disso, o agravamento da doença pode levar à morte.
Caso você já tenha sido vacinado contra o Sarampo no período recomendado, não é preciso vacinar-se novamente. Está em dúvida se já recebeu todas as doses indicadas? Leve a sua Caderneta de Vacinação ao Posto de Saúde mais próximo da sua residência e peça para que um funcionário da área da saúde verifique se você precisa receber a vacina ou não.
Crédito das imagens: Agência Brasil
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