A Medicina Legal é um dos campos da Medicina mais retratados em filmes e séries, atraindo a atenção do público que se interessa por produções que combinam mistérios, investigação, crimes e justiça. CSI, NCIS, Bones. Existe uma gama de produções dedicadas a esse nicho e ela continua crescendo. Mas será que a Medicina Legal é como vemos nos filmes?
Apesar da mídia ter um papel importante para médicos legistas serem mais valorizados e reconhecidos pelo seu trabalho crucial à sociedade, ela também pode acabar distorcendo a realidade dessa profissão, criando estereótipos que impactam como a sociedade enxerga esses profissionais.
Este artigo irá desmistificar a área da Medicina Legal, comparando a ficção com realidade e trazendo mais informações sobre essa ciência que contribui com a área jurídica e médica.
Boa leitura!
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Nos filmes e séries a Medicina Legal é retratada de forma
dramática e emocionante, com uma trama repleta de suspense e mistérios que fazem a audiência se sentir parte da equipe de investigação criminal.
Os médicos-legistas são apresentados ao público como super-heróis glamourosos, que resolvem em questão de horas qualquer tipo de caso, independente de sua complexidade.
A relevância da situação também é um ponto a ser abordado, já que nas telas é sempre algo chocante, grandioso, com cobertura jornalística, interesse da população e tudo mais. Porém, todas essas distorções da Medicina Legal real para aquela retratada na TV acontecem para agradar e entreter o público.
Na realidade, os profissionais da área lidam com casos dos mais simples aos mais desafiadores, com grande relevância ou não, e que muitas vezes nem se vêm ao conhecimento público.
Em relação à análise de evidências forenses e autópsia, o processo é bem mais demorado do que vemos nas telas. Isso porque os procedimentos devem ser realizados com atenção aos detalhes e uma análise minuciosa de tudo, podendo levar dias, semanas e até mesmo meses para o caso ser concluído.
Além disso, existem protocolos, diretrizes e toda uma burocracia a ser cumprida, algo que parece não fazer parte do cotidiano dos personagens médicos legistas da TV.
A mídia distorce a realidade do dia a dia dos médicos legistas tornando tudo mais exagerado e dramático. As atividades também são simplificadas no sentido de banalizar os processos que esses profissionais participam, já que na TV a autópsia é rápida e fácil, e a análise de evidências, na grande maioria, é a tecnologia quem faz.
E falando em tecnologia, muitos softwares, programas, dispositivos e equipamentos são apenas ficção, para deixar tudo ainda mais impressionante. Na vida real, há sim tecnologias forenses, mas não tão avançadas e modernas assim.
Todos esses pontos geram expectativas irreais e imprecisas ao trabalho de um médico legista, que na verdade participa de variados processos longos para analisar, interpretar e chegar a resultados confiáveis.
Além disso, o médico legista não trabalha sozinho. Onde estão as leis trabalhistas nos filmes e séries policiais? Brincadeiras à parte, o acúmulo de função dos médicos não condizem com a realidade. Eles contam com uma equipe multidisciplinar formada por peritos em balística, entomologistas, especialistas em DNA, entre outros.
A Medicina Legal é uma das especialidades mais antigas da Medicina. Originalmente, ela
surgiu em 1507 na Alemanha, a partir do Código de Bamberg, que trouxe a obrigatoriedade aos juízes para solicitarem a opinião de médicos em casos de erro médico, homicídio e infanticídio.
Em 1532 a atividade foi oficializada pelo "Constitutio Crimanlis Carolina" (primeiro esboço do direito penal alemão, ou Strafgesetzbuch), que estabelecia a intervenção médica em mais casos além dos citados acima, tais como: lesões, suicídios, aborto, evenenameto e parto clandestino.
A partir disso, a Medicina Legal começou a ser disseminada por outros países europeus devido a importância de médicos em determinados processos jurídicos. No Brasil, os primeiros documentos médicos-legais datam o fim da era colonial, influenciados pela França, principalmente, mas também Itália e Alemanha.
Agostinho José de Souza Lima foi considerado o pioneiro em Medicina Legal em nosso país, pois assumiu a disciplina de prática médico-legal na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro.
Foi em 2011 que o Conselho Federal de Medicina (CFM) instituiu o nome para essa especialidade como conhecemos hoje:
Medicina Legal e Perícias Médicas.
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Um profissional de Medicina Legal tem em sua rotina atividades que unem conhecimentos e responsabilidades tanto médicas quanto jurídicas.
As funções dependem da área de atuação do médico-legista e local de trabalho, mas podem incluir:
Apesar do médico-legista ser frequentemente atrelado ao campo de investigação forense e perícia criminal, esse profissional pode contribuir e muito em outras áreas de atuação, tais como:
O mercado de trabalho do profissional de Medicina Legal é bastante amplo, com atuação tanto no
setor público quanto no
privado.
Caso opte pelo setor público, o principal caminho são os
concursos públicos (municipais, estaduais e federais) para atuar nas mais de 380 unidades dos institutos médicos-legais (IMLs) espalhados por todo o Brasil, ou então em departamentos policiais.
A carreira acadêmica
também é uma possibilidade, podendo atuar como docente em cursos tanto de Medicina quanto de Direito.
Já no setor privado, é possível prestar
consultoria para escritórios de advocacia ou trabalhar em hospitais, clínicas privadas e laboratórios forenses.
A média salarial de Medicina Legal é R$ 9.602,22, valor este que pode ultrapassar os R$ 24.000 a depender do cargo e localização. Nada mal, não é?
Antes de se especializar em Medicina Legal, o primeiro passo é fazer uma
graduação em Medicina. Após isso, é necessário realizar um programa de residência ou então uma
pós-graduação
lato sensu em Medicina Legal e Perícia Médica.
Na Faculdade de Medicina de Petrópolis, temos uma
especialização em Medicina Legal e Perícia Médica com duração de 14 meses, na modalidade semipresencial.
O curso é reconhecido pelo MEC e com corpo docente de excelência, formado por renomados profissionais da área pericial médica brasileira. Conheça a Faculdade de Medicina de Petrópolis, há mais de 50 anos formando médicos e profissionais da saúde!
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